Quantas pessoas já nos visitaram?

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Mamonas Assassinas e a fantástica utopia de “Creuzebeck”

Se a palavra é irreverência os anos 90 teve um sinônimo: Mamonas Assassinas, o grupo de jovens de Guarulhos que tiraram onda no cenário musical do período.

Por Ana Paula Barbosa

Fato é que a diversidade musical imperava na década como já havíamos comentado por aqui, mas os caricatos Mamonas traziam uma proposta diferente do que era visto, com eles se ouvia de tudo em sons que carregavam sempre alguma piada ou frase de duplo sentido. Metal, pagode, reggae, love song, tudo passava pelo faro dos meninos e se achava por lá, o lamento fica pelo sucesso ter durado pouco, mas mesmo assim deixou marcas pra quem teve a oportunidade de conhece-los.

A banda surgiu com o nome de Utopia em 89 e era especializada em covers, mas foi numa apresentação em que um espectador pediu o som de Guns N' Roses que a Utopia tomou um outro rumo. Atrapalhados sem saber direito a música pedida, a banda convidou o pedinte pra cantar com eles, era Alecsander Alves, o Dinho que por acaso se uniu ao grupo por seu jeito escrachado e brincalhão que interessou aos membros que lhe convidaram a ser vocalista.

A partir de Dinho e do tecladista Júlio Rasec indicado por ele, a pegada cover de Utopia foi deixada de lado, foi quando eles decidiram levar a irreverência e as palhaçadas protagonizadas pelo vocalista nos ensaios para os palcos, a princípio com paródias que foram muito bem recebidas pelo público.

Foi na apresentação em um bar na própria cidade dos garotos que o sucesso da banda foi selado, Rick Bonadio era um dos ouvintes e gostando do trabalho os convidou a serem produzidos. A partir de então começaram os trabalhos em novo formato: músicas próprias e um novo nome dado pelo fundador do grupo Samuel Reoli, a banda se chamaria “Mamonas Assassinas do Espaço” mas acabou fechando apenas como “Mamonas Assassinas”. Era o início do sucesso de sons como “Pelados em Santos” e “Robocop Gay”.
Adicionando “Jumento Celestino” às outras duas canções a Mamonas enviou uma fita com seu trabalho a algumas gravadoras, a EMI abraçou a ideia e com produção de Rick Bonadio deu a chance aos garotos de gravar seu primeiro vinil. O disco com o nome do grupo apelidado por eles de “Creuzebeck” vendeu mais três milhões de cópias rendendo um lucro de milhões a gravadora e sucesso ao grupo no rádio e na TV. A época o cachê dos mamonas era um dos mais caros dentre os artistas brasileiros. Mas infelizmente o sucesso astronômico durou pouco tempo, com apenas sete meses de mamonas em uma viagem de volta após um show em Brasília o jatinho em que os garotos estavam se chocou com uma rocha na Serra da Cantareira e todos os tripulantes morreram. Era o fim de um legado promissor de Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Sérgio Reoli e Júlio Rasec que compunham a banda mais irreverente do país.

Reveja agora a apresentação da banda cantando “Vira Vira” no programa do Faustão.

Um comentário: