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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Planet Hemp, queimando até a última ponta desde 93

Por Ana Paula Barbosa


De “Usuário” (1995) até “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça” (2000), dois de três dos álbuns de Planet Hemp, muita coisa rolou na história da banda de Marcelo D2.

A banda surgiu a partir de um encontro entre D2 e o artesão Skunk no bairro do Catete no Rio de Janeiro em 93. A ideia era criar um grupo de Rock, mas a falta de habilidade instrumental dos dois membros os fez migrar para o rap, algo que mais tarde se transformou com a chegada de Rafael Crespo, Bacalhau e Formiga, que trouxeram guitarra, bateria e baixo ao grupo, possibilitando a junção de uma mistura de ritmos denominada por eles como "Raprocknrollpsicodeliahardcoreragga". Mais tarde se uniram à banda Maurinho Branco nos Teclados, DJ Zé Gonzales, dominando o Scratches, Black Alien e BNegão no vocal.

Usuário foi o primeiro disco da banda, consagrado pelos
 hits Legalize Ja e Mantenha o Respeito
O “hemp” do nome vem da palavra cânhamo, derivativa de maconha em inglês e foi extraído da revista gringa High Times, especializada na “cannabicultura”. A história do cultivo da maconha associado ao nome do grupo rendeu algumas dores de cabeça por “apologia ao consumo da droga”. Mas o rótulo não inibiu o sucesso da banda, ao contrário, a pegada irreverente e contracultura do grupo tornou a Planet Hemp um sucesso de vendagem nos anos 90. Em “Usuário”, a banda carioca trouxe sons como "Porcos Fardados", numa crítica a violência policial, "Mantenha o Respeito", “Legalize já” - som que teve o videoclipe censurado na época - e "Skunk" totalmente instrumental, numa homenagem ao criador da banda que faleceu vítima de AIDS em 94, um ano após o surgimento do grupo.

Em 97, a banda lançou “Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára”, produzido por Mario Caldato Jr. reverenciado por trabalhos com bandas como Beastie Boys, sucesso do hip hop americano.  O álbum que trouxe "Queimando Tudo", "100% Hardcore" e "Nega do Cabelo Duro" vendeu mais de 500 mil cópias e trouxe além dos ritimos já empregados na banda influências da bossa-nova, jazz e samba.

Durante a turnê do álbum, num concerto em Brasília a banda foi presa sob acusação de apologia às drogas, mas com um “habbeas corpus” logo a prisão foi revogada e no lugar da discriminação a banda conseguiu com o incidente apoio político de ONGs pró uso de drogas leves, de ativistas e ainda mais fãs. Foi nessa época que BNegão saiu da banda, mas ainda com participações em algumas músicas do álbum, fase em que chegaram Black Alien no lugar de BNegão, Zé Gonzales e Apollo.

Em 97 com o sucesso de “Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára”, a banda concorreu com duas indicações ao VMB, consagrada premiação da época da MTV Brasil. Um ano depois, Marcelo D2 deu um tempo com o Planet para gravar “Eu Tiro é Onda” nos Estados Unidos, tendo voltado à banda em 2000 com o álbum "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça" que fechou o ciclo do grupo tendo como formação a volta de BNegão ao vocal, Marcelo D2, Zé Gonzales nas picapes, Apollo nos teclados, Rafael Crespo na guitarra e Pedrinho na bateria.

Em 2011, a banda foi convidada a produzir o álbum “MTV ao Vivo: Planet Hemp”, título que foi lançado em CD e DVD pela emissora. A época, a banda se separou, tendo feito um show em 2003 num festival em Portugal e retornado recentemente em 2013 com uma nova turnê aberta no Circo Voador – Rio de Janeiro que rememora os sucessos de carreira do grupo.


Lembre agora do polêmico Legalize Já, clipe de estreia da banda e que rendeu na época uma espécie de selo de garantia da MTV Brasil, apesar da autorização de sua veiculação apenas no horário noturno, após às 22h.


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