Se hoje o
estilo do "funk" é trazer letras sobre ostentação, vaidade e sexo, o
ritmo lá nos anos noventa seria hoje considerado o que chamamos de “brega” no
cenário musical. Com sons que falavam de amor, gratidão e igualdade, nos anos
90 funks como “Rap da Felicidade” de Cidão e Doca famoso pelo refrão “Eu só
quero é ser feliz...” ganhavam cada vez mais espaço nacional e davam voz junto
com o rap a garotos das periferias.A
exemplo disso está a dupla carioca Claudinho e Buchecha.
Em 95, os
amigos de infância Claudio Rodrigues de Mattos (Claudinho), e Claucirlei Jovêncio de Sousa (Buchecha) ganharam pela segunda vez um concurso de rap no
bairro de São Gonçalo no Rio de Janeiro, três anos antes a dupla havia se
lançado no festival com o "Rap da Bandeira Branca” mas só em 95 com o
"Rap do Salgueiro" que a dupla virou febre no Rio conseguindo gravar
já em 96 seu primeiro disco intitulado com o nome deles produzido pela
Universal Music. O álbum contou com 13 faixas, dentre elas “Tempos Modernos” de
Lulu Santos, as demais foram todas de autoria da dupla, a mais suscetível “Conquista” virou hit rendendo sucesso nas rádios e visitas dos cariocas aos
programas de TV.
Em 97 a
dupla lançou “A Forma”, álbum com 14 faixas também da Universal, foi aqui que
Claudinho e Buchecha trouxeram “Quero Te Encontrar”, uma das mais famosas
músicas da dupla. A pegada romântica ainda se mantinha e os garotos
aproveitavam o carisma para inovar com coreografias e brincadeiras no palco.
Foi neste ano que ganharam a estatueta de artista revelação na premiação Video
Music Brasil da MTV.
A música
“Só Love”, fez parte do álbum de 98 que leva o mesmo título, aqui os garotos
trouxeram também a música “Xereta”, mais ritmada e coreografada que as love
songs, que produziam de costume. O álbum “Só Love” teve mais de 500 mil cópias
vendidas.
Em 99
Claudinho e Buchecha lançaram seu primeiro álbum ao vivo, novamente intitulado
com o nome da dupla. O disco trouxe a regravação dos grandes sucessos
deles. Já em 200 a dupla lançou
“Destino” e depois “Vamos Dançar”, álbum de 2002, ano em que a caminho da turnê
de divulgação do disco Claudinho sofreu um acidente de carro e faleceu com
quase dez anos de sucesso de Claudinho e Buchecha, a mais famosa dupla de funk
dos anos 90.
Relembre o
primeiro grande sucesso do Claudinho e Buchecha
A sitcon
americana que estreou em 22 de setembro de 1994 pela NBC sem grandes pretensões
completa 20 anos de sucesso. Criada por David Crane e Marta Kauffman a série
durou 10 anos, contendo 10 temporadas e 236 episódios.
A ideia de
retratar a história de vida de 6 amigos como personagens comuns, que vivem os
conflitos comuns de seus vinte e poucos anos conquistou os telespectadores do
mundo inteiro durante todas as temporadas, alcançando 52,5 milhões de
espectadores em seu último capítulo, em 6 de maio de 2004. Rendeu também 40
indicações ao Emmy.
Os 6 amigos que viviam em Manhatan na cidade
de Nova York e se reuniam no café Central Perk nos fizeram dar muitas risadas e
também nos emocionaram por muitas vezes.
Jenifer Aniston interpreta Rachel Green, uma
ex-rica mimada que inicia a série á procura de emprego e no decorrer da mesma
mantém uma relação instável com Ross Geller, interpretado por David Schwimmer,
que é apaixonado por Rachel desde de o colegial, já se divorciou três vezes
durante o seriado e é irmão de Mônica Geller, que é interpretada por Courteney
Cox, a maníaca por limpeza e de um espírito super competitivo, que depois de
anos de amizade com Chandler Bing começa a namorá-lo, e se casa com ele sétima
temporada. Chandler (Matthew Perry), o sarcástico da turma que durante anos
exerce uma profissão que odeia, é o cara da piada certa na hora errada. E antes
de morar com Mônica, dividia o apartamento com Joey Tribbiani (Matt LeBlanc),
um ator que dá em cima de toda mulher que aparece com sua famosa frase “how you
doing?” e por fim temos a Lisa Kudrow
que dá vida a excêntrica, vegetariana e metida a cantora Phoebe Buffay, filha
de uma mãe suicida, irmã de uma gêmea que odeia, e que aceita ser barriga de
aluguel do seu irmão.
Friends é
reprisada atualmente na Warner, onde está ganhando vários especiais em
comemoração ao seu aniversário. Você também consegue todos os episódios no Youtube ou em box separados por temporadas vendidos em livrarias.
Em setembro
de 1994, a Volkswagen lançava no Brasil o Gol GLi 1.8. Na época, considerado um
dos carros mais modernos do planeta, e que garantia o seucesso de vendas por
aqui. Essa era a segunda geração de um dos veículos mais populares de todos os
tempos da indústria automotiva brasileira. Leia a reportagem publicada na época
pela Revista 4 Rodas, e perceba quanta coisa mudou daquela época para hoje.
De
“Usuário” (1995) até “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça” (2000), dois de três dos
álbuns de Planet Hemp, muita coisa rolou na história da banda de Marcelo D2.
A banda
surgiu a partir de um encontro entre D2 e o artesão Skunk no bairro do Catete
no Rio de Janeiro em 93. A ideia era criar um grupo de Rock, mas a falta de
habilidade instrumental dos dois membros os fez migrar para o rap, algo que
mais tarde se transformou com a chegada de Rafael Crespo, Bacalhau e Formiga,
que trouxeram guitarra, bateria e baixo ao grupo, possibilitando a junção de
uma mistura de ritmos denominada por eles como
"Raprocknrollpsicodeliahardcoreragga". Mais tarde se uniram à banda
Maurinho Branco nos Teclados, DJ Zé Gonzales, dominando o Scratches, Black
Alien e BNegão no vocal.
Usuário foi o primeiro disco da banda, consagrado pelos hits Legalize Ja e Mantenha o Respeito
O “hemp” do
nome vem da palavra cânhamo, derivativa de maconha em inglês e foi extraído da
revista gringa High Times, especializada na “cannabicultura”. A história do
cultivo da maconha associado ao nome do grupo rendeu algumas dores de cabeça
por “apologia ao consumo da droga”. Mas o rótulo não inibiu o sucesso da banda,
ao contrário, a pegada irreverente e contracultura do grupo tornou a Planet
Hemp um sucesso de vendagem nos anos 90. Em “Usuário”, a banda carioca trouxe
sons como "Porcos Fardados", numa crítica a violência policial,
"Mantenha o Respeito", “Legalize já” - som que teve o videoclipe
censurado na época - e "Skunk" totalmente instrumental, numa homenagem
ao criador da banda que faleceu vítima de AIDS em 94, um ano após o surgimento
do grupo.
Em 97, a
banda lançou “Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára”, produzido por Mario
Caldato Jr. reverenciado por trabalhos com bandas como Beastie Boys, sucesso do
hip hop americano. O álbum que trouxe
"Queimando Tudo", "100% Hardcore" e "Nega do Cabelo
Duro" vendeu mais de 500 mil cópias e trouxe além dos ritimos já
empregados na banda influências da bossa-nova, jazz e samba.
Durante a
turnê do álbum, num concerto em Brasília a banda foi presa sob acusação de
apologia às drogas, mas com um “habbeas corpus” logo a prisão foi revogada e no
lugar da discriminação a banda conseguiu com o incidente apoio político de ONGs
pró uso de drogas leves, de ativistas e ainda mais fãs. Foi nessa época que
BNegão saiu da banda, mas ainda com participações em algumas músicas do álbum,
fase em que chegaram Black Alien no lugar de BNegão, Zé Gonzales e Apollo.
Em 97 com o
sucesso de “Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára”, a banda concorreu com duas
indicações ao VMB, consagrada premiação da época da MTV Brasil. Um ano depois,
Marcelo D2 deu um tempo com o Planet para gravar “Eu Tiro é Onda” nos Estados
Unidos, tendo voltado à banda em 2000 com o álbum "A Invasão do Sagaz Homem
Fumaça" que fechou o ciclo do grupo tendo como formação a volta de BNegão
ao vocal, Marcelo D2, Zé Gonzales nas picapes, Apollo nos teclados, Rafael
Crespo na guitarra e Pedrinho na bateria.
Em 2011, a
banda foi convidada a produzir o álbum “MTV ao Vivo: Planet Hemp”, título que
foi lançado em CD e DVD pela emissora. A época, a banda se separou, tendo feito
um show em 2003 num festival em Portugal e retornado recentemente em 2013 com
uma nova turnê aberta no Circo Voador – Rio de Janeiro que rememora os sucessos
de carreira do grupo.
Lembre
agora do polêmico Legalize Já, clipe de estreia da banda e que rendeu na época
uma espécie de selo de garantia da MTV Brasil, apesar da autorização de sua
veiculação apenas no horário noturno, após às 22h.
Muitos entendem que o cinema contemporâneo se divide em duas épocas:
Antes e depois de Pulp Fiction. O aclamado filme de Quentin Tarantino completa
neste mês 20 anos de seu lançamento, e o Noventa por Hora relembra esta
obra-prima.
Pulp Fiction foi dirigido de uma maneira estilizada, e narra três
histórias diferentes, mas que são linkadas através das histórias de dois
assassinos profissionais, o gângster que os chefia e sua esposa, um pugilista e
um casal de assaltantes. Tudo isso vivdo na Los Angeles da década de 90. A
grande sacada do filme é o foco em diálogos que exaltam alguns métodos de vida
muito ortodoxos, além do deboche hilariante de seus personagens. O filme traz
também uma das marcas registradas de Tarantino: Tudo é apresentado fora de uma
ordem cronológica, o que não signifca um filme confuso e sem sentido. Muito
pelo contrário!
O título tem como referência às revistas Pulp, famosas nos EUA entre os
anos 50 e 60, que têm como norte principal a violência, além de serem
conhecidas por diálogos sofisticados e muito abrangentes, além da ironia.
O ator John Travolta, protagonista de Pulp Fiction, praticamente
ressurge das cinzas nesse filme, graças a indicação de Tarantino. A partir
desse momento volta a ser solicitado em várias obras, o que o ajudou a derrubar
o estigma de dançarino dos Tempos da Brilhantina dos anos 70. Aliás, Travolta
contracena com a genial Uma Thurman em um dos momentos mais lembrados do filme,
em que os dois dançam de maneira contagiante ao som de "You Never Can
Tell" de Chuck Berry. Além de Travolta, o filme marcou a carreira da
própria Uma e do astro Samuel L. Jackson.
Para muitos críticos de cinema, Pulp Fiction é um dos maiores
injustiçados da história do Oscar. Foram sete indicações na premiação de 95, e
uma só estatueta, na categoria de Melhor Roteiro Original. Fora o Oscar, venceu
a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1994.
Sucesso absoluto de público e crítica, Pulp Fiction rapidamente se tornou
um dos filmes mais influentes de sua época. O respeitado crítico de cinema
norte-americano Gene Siskel (falecido em 1999) definiu a obra com as seguintes
palavras: "a intensidade violenta de Pulp Fiction traz à mente outros
filmes violentos divisores de águas que foram considerados clássicos em seu
tempo, e ainda são. "Psicose", de Alfred Hitchcock (1960),
"Bonnie e Clyde", de Arthur Penn (1967) e "Laranja
Mecânica", de Stanley Kubrick (1971). Cada um abalou uma já entediada
indústria do cinema e usou um mundo de enérgicos marginais para refletir o quão
monótonos os outros filmes haviam se tornado. E isso, eu creio, será a maior
honra para Pulp Fiction. Como todos os grandes filmes, ele critica outros
filmes."
Relembre cenas marcantes dessa obra-prima, entre elas a cena de dança
supra-citada.
Se você
assistiu Kenan e Kel provavelmente nunca viu alguém que ame mais refrigerante
de laranja como o magro da dupla.
Transmitida
a partir de 96 pela Nickelodeon, a série de comédia americana gira em torno da
amizade de dois garotos atrapalhados que sempre se metem em confusão. Kel, o
mais esperto, ou menos atrapalhado da dupla,
sempre se envolve em alguma enrascada por bobagens protagonizadas pelo
seu melhor amigo Kenan, o obcecado por refrigerante de laranja que arrancava
gargalhadas com seus tombos e frases das mais bizarras possíveis.
Kenan
trabalha na mercearia de Chris, um tiozão solteiro que mora com a mãe e tem um
irmão gêmeo ricaço. Kel sempre aponta
por lá pra descolar um refresco de laranja ou em qualquer lugar que o amigo
esteja pra metê-lo em confusão. As ideias mais absurdas sempre partem de Kenan,
mas como o amigo nunca consegue fazer nada direito, tudo dá errado no final que
é sempre marcado pelo amigo magro gritando: "Kenaaaaan"! Que ao fim
de cada episódio sempre deixa Kel sozinho no palco.
A situation
comedy ou sitcon é caracteriza por ser gravada num palco de teatro e geralmente
trazer situações cotidianas passadas em ambientes como casa, trabalho, colégio,
etc. No caso de Kenan e Kel, os personagens trazem inclusive os primeiros nomes
dos atores. Não se sabe se os garotos são tão atrapalhados na vida real ou se
Kel é tão apaixonado por refrigerante de laranja assim. Mas os 23 minutos de
cada episódio da série renderam 4 temporadas e 65 episódios até 2000.
Aqui no
Brasil, a comédia foi transmitida pela Globo a partir do ano em que findaram
suas gravações na gringa.
Abaixo o
vídeo de abertura da série com a música “Aw Here It Goes” do rapper Coolio.
Claro que
toda unanimidade é burra, já dizia Nelson Rodrigues. E neste caso, ela nem se
faz presente. Mas é certo que "Blood Sugar Sex Magik" dos Red Hot
Chilli Peppers, lançado em 1991 e "Mellon Collie And The Infinite
Sadness" do Smashing Pumpkins, de 95, são duas das mais fantásticas obras
dos Anos 90, e mais do que isso, da história do rock. O Noventa por Hora vai
trazer agora uma contextualização do que representou esses lançamentos na
época.
O momento
mais genial dos Chili Peppers
Nos anos
80, a banda californiana surgiu para o cenário de maneira tímida, porém
importante. A fusão de estilos que variavam entre o rock, o funk (o orignal,
esqueçam o ritmo é conhecido como funk hoje no Brasil) e o hip hop. Toda essa
miscelânia musical, aliada ao carisma dos integrantes, transformaram a banda
nos queridinhos dos críticos norte-americanos. Mas havia ainda um certo
desconhecimento popular com relação ao trabalho dos Peppers em âmbito mundial.
No álbum de 1989, chamado "Mother's Milk", houve um despertar do público,
sobretudo devido à regravação de "Higher Ground", de Stevie Wonder.
Mas ainda não era suficiente.
O
reconhecimento tardio surgiu com o lendário "Blood Sugar Sex Magik",
um trabalho épico, que deu à banda o status (merecido) de uma das maiores
bandas do planeta. O lançamento de "Give It Away" espantou (no bom
sentido da palavra) público e crítica nos quatro cantos do planeta. Era o
segundo disco com a participação de John Frusciante na guitarra, e sua
participação nesta gravação é marcante. Todo o sucesso deste álbum se deve
muito ao produtor Rick Rubin, que isolou a banda em uma mansão que pertenceu a Rudolph Valentino, em Laurel
Canyon. Durante oito semanas, Rick usou uma estratégia diferenciada para a
gravação: os músicos tocaram frente a frente, no mesmo quarto, usando a menor
tecnologia possível, para garantir uma sonoridade crua. No clipe de "Suck
My Kiss", foram usadas imagens da gravação do disco.
O grande
sucesso de "Blood Sugar Sex Magik" foi sem dúvida a balada
"Under The Bridge", que permaneceu por 12 semanas consecutivas no
topo da parada da MTV norte-americana. Esta música foi sucesso não só nos
Estados Unidos, como no mundo. Ela foi escrita pelo vocalista Anthony Kiedis,
que fala de sua relação com as drogas. A música conta com a participação de
Gail Frusciante, uma cantora gospel que havia abandonado a sua carreira para se
tornar dona de casa. Este álbum representa o momento mais genial da carreira
dos Chilli Peppers. Relembre agora o clássico "Give It Away", talvez
o clipe mais marcante da carreira da banda.
Poucos
sabem que este é um dos maiores discos da história do rock. Fantástico.
Genial. Soberbo. E ainda faltam adjetivos para definir a obra-prima lançada
pelo Smashing Pumpkins em 1995.
A banda liderada pelo gênio Billie Corgan já havia
deixado sua marca com os dois bons álbuns de estreia: Gish, de 1991 e Siamese
Dream, de 1993. Após o enorme sucesso da balada "Disarm", o mundo se
preparou para o lançamento de "Mellon Collie And The Infinite
Sadness", o álbm duplo do Smashing Pumpkins. A pré-audições dos principais
críticos de revistas especializadas em música aqueceram ainda mais as
expectativas, e o lançamento confirmou o que se esperava. O mundo estava diante
de um momento épico.
A abertura
dos trabalhos coube à poderosa "Bullet With Butterfly Wings", que já
mostrava um Smashing Pumpkins mais inovador e desafiador. O próprio Corgan
admitiu que todo o sucesso feito pelo grunge nos anos anteriores, sobretudo com
o Nirvana, fez com que ele se sentisse pressionado, por ele mesmo, a produzir
um álbum grandioso e único. Algo que nasceu com a proposta de entrar para a
história. Dito e feito!
Os grandes
hits desse álbum foram as melódicas "1979" e "Tonight
Tonight", que se transformou em um vídeo clipe impactante dirigido pela
dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris, e rendeu a banda seis prêmios no Video
Music Awards, de 1996. Fora isso, no mesmo ano a banda concorreu a sete prêmios
Grammy. Sem a menor sombra de dúvida, os Smashing Pumpkins foram a banda mais
comentada daquele ano, e certamente a mais aplaudida.
Guardadas
as devidas proporções, algumas das canções gravadas nesse álbum lembram boa
parte do repertório do Queen, pelo flerte com orquestras, utilização de
violinos, sempre aliados ao peso de guitarras distorcidas. Essa junção foi certamente
o ponto principal do estrondoso sucesso do álbum, até porquê tudo isso foi
feito de maneira brilhante, sem parecer apelativo ou exagerado. É como se fosse
uma receita para um jantar de gala, em que cada ingrediente é adicionado após
um minucioso estudo e muito cuidado.
Infelizmente,
"Mellon Collie And The Infinite Sadness" não ocupa hoje o lugar que
merece. Em todas as eleições de grandes discos da história do rock, esse álbum
nunca aparece. Um grande equívoco. Afinal de contas, ele não fica atrás de
grandes obras de bandas mais cultuadas. O próprio destino da banda, após esse
disco favoreceu esse parcial esquecimento. Dominado pela vaidade, Billie Corgan
se deixou levar pelo sucesso e nunca mais foi o mesmo. Consequentemente, sua
banda nunca mais foi a mesma. Agora, vamos lembrar dos tempos áureos,
relembrando o premiado clipe de "Tonight Tonight".
Os
programas de auditório que já existem na televisão brasileira desde 1955,
sempre fizeram sucesso, e na década de 90 eles atingiram o auge da popularidade
com conteúdo voltado ao público jovem. Um dos programas de maior sucesso nesse
formato foi o Programa Livre, que estreou em agosto de 1991. Exibido pelo SBT, apresentado por Serginho
Groisman e com direção de Josias Braga, ficou no ar até dezembro de 2001.
O formato
do programa com uma platéia jovem quase sempre composta por estudantes que
podiam fazer perguntas aos artistas convidados, com shows e entrevistas rolando
no palco, além de quadros humorísticos e algumas gincanas, fez tanto sucesso
que até hoje o apresentador Serginho Groisman mantém a ideia com o Altas Horas,
na Rede Globo.
Em 1999,
Serginho Groisman saiu do SBT e o Programa Livre continuou sendo apresentado
cada dia da semana por um apresentador diferente, eram eles: Ney Gonçalves
Dias, Márcia Goldschimidt, Lu barsotti, Cristina Rocha e Otávio Mesquita. Em
Janeiro de 2000, quem passou a comandar o programa foi a Baby Xavier (ex-VJ da
MTV) e ela ficou até dezembro de 2001, quando o programa finalmente saiu do ar
devido à baixa audiência.
Em 2012
cogitou-se a possibilidade do Programa voltar, o que nunca aconteceu. Portanto
resta ficar na memória o Programa Livre que nós conhecemos, junto com tantas
atrações boas que passaram por lá.
Relembre um
momento marcante do Programa Livre que foi ao ar em 1994 com a Legião Urbana.
Relembre
Will Smith e sua trupe em Um Maluco no Pedaço
Por Ana
Paula Barbosa
A família
Banks – da esquerda para a direita: Vivian Banks (tia Vivian), Will Smith (ao
centro),
Geoffrey (o mordomo fiel), Carlton Banks (o primo trapalhão de Will),
Hillary (a prima mais velha de Will),
Philip Banks (o lendário tio Phil) e ao
lado, sua filha mais nova Ashley.
Digamos que
receber um convite como o de Jazz para um encontro talvez não seja algo tão
convencional assim, mas que a cantada acima arrancou bons risos quando dita
pelo melhor amigo de Will Smith em “Um Maluco no Pedaço” não dá pra negar.
Produzida e
exibida pela emissora americana National Broadcasting Company em meados de
1990, e transmitida pelo SBT no Brasil, a série “The Fresh Prince of Bel-air”,
em tradução literal – “O Príncipe de Bel-Air” - ficou mundialmente famosa por
revelar Will Smith como protagonista. Na trama, o rapaz pobre do subúrbio da
Filadélfia é convidado a morar com o tio cheio da grana em Bel-Air, um dos
bairros mais nobres de Los Angeles na Califórnia.
Mas a vida
de Philip Banks, ou tio Phil para os chegados, passa a ser uma loucura com a
chegada do sobrinho. Cheio de simpatia e estilo na companhia de Jazz seu fiel
amigo, o garoto Willian passa a aprontar todas na pacata Bel-Air, transformando
a cidade e a vida dos Banks numa divertidíssima aventura.
E você acompanha Will Smith em Um Maluco no Pedaço? Então conta pro Noventa qual era
seu personagem favorito. Abaixo algumas fotos da série e o antes e depois da
trupe. E na sequência o clipe de "Summertime", sucesso de 1990 quando Will Smith se lançou como rapper juntamente com seu já amigo antes da série Jeffrey Townes, o Jazz.
Will Smith
Hillary, a
prima vaidosa de Will era interpretada por Karyn Parsons
A atriz
Tatyana Ali interpretava Ashley Banks na série
O Ator
Joseph Marcell, interpretava o mordomo Geoffrey
Primeira
versão da Tia Vivian na série, era interpretada pela atriz Janet Hubert-Whitten
A atriz
Daphne Reid, interpretou a Tia Vivian na segunda fase da série
O último
filho do tio Phil, Nick Banks, era interpretado pelo ator Ross Elliot Bagley
Amigo fiel
de Will no seriado, o ator Jeffrey Townes é também DJ e
produtor musical
Em agosto,
a turma de Alfalfa comemorou seu aniversário de vinte anos de estreia nos
cinemas
Inspirado na série americana dos anos 20 “Our Gang”, que contava as
aventuras vividas por crianças pobres nos bairros estadunidenses, o filme “The
Little Rascals” ou “Os Batutinhas”, de 1994, traz a mesma proposta da série
passada ainda nos anos de filme mudo que ficou famosa por ter um elenco
diversificado, miscigenado, composto também por crianças negras, algo que era
pouco visto nos cinemas naquela época.
A história
de "Os Batutinhas" gira em torno de um clube de garotos de bairro, o
"The Blur", comandado por Spanky e sua trupe que detestam garotas. O
grupo decide então participar de uma corrida de kart, na qual Alfalfa será o
piloto, mas o garoto não aparece no dia da seleção e logo o grupo descobre que
ele estava na companhia de sua amiga Darla no momento da escolha.
Imediatamente, a banca dos “The Blur” faz de tudo pra afastar Darla do caminho
de Alfalfa, inclusive promovendo um incêndio no local onde o grupo se reúne. A
sequência das aventuras seguem com o roubo do kart dos “The Blur”. A busca por
fazer outro veículo e conseguir ganhar o prêmio da corrida pensando na
reconstrução do local de encontro da turma e a reconciliação de Darla e
Alfalfa, com direito à visita do pequeno de cabelo espetado ao ensaio de balé
de garota, uma carta de amor não entregue e uma serenata.
Mas no
final das contas tudo se resolve, um novo kart é construído pela turma que
ganha a corrida e se vinga dos malvados Butch e Woim que tomaram o veículo
anterior. Na linha de chagada Alfalfa e Spanky recebem seu prêmio e conhecem
A.J. Ferguson, piloto favorito da dupla. A surpresa é que A.J. Ferguson é na
verdade uma mulher, o que deixa os garotos boquiabertos e faz o grupo abrir o
coração e aceitar a amizade de Alfafa e Darla, que acabam se reconciliando e a
garota é convidada para fazer parte da trupe.
Este ano em
comemoração ao aniversário da comédia, a produtora 22 Visions publicou uma foto
em que reproduz a capa do filme com os atores vinte anos após a estreia. O
Noventa separou essa arte aqui no blog pra você! Dá uma olhada...
Em 1993, as
manhãs da criançada que assistia a TV Globo tomou um rumo diferente que o de costume. Em substituição ao programa “Xou da Xuxa”, Luiz Ferré, Roberto
Dornelles e Boninho decidiram colocar no ar um programa de entretenimento
apresentado por personagens caracterizados como cachorros. A peça principal da
brincadeira era a produtora Priscila, uma sheepdog delicada e toda cheia de
charme que sonhava com a fama e vivia correndo para todos os lados pra tentar
organizar a bagunça.
Além de
Priscila, a TV Colosso também contava com Borges, o operador buldogue
responsável por apertar o botão para a entrada dos desenhos da programação,
Jaca Paladium com o quadro “Acredite se Puder”, em uma referência bem animada
ao “Acredite se Quiser” ou “Ripley's Believe It Or Not!", programa
americano apresentado por Jack Palance popularizado no Brasil nos anos 80 e
Thunderdog, cão que imitava os trejeitos do apresentador Thunderbird com o
quadro Clip-Cão. Havia ainda os Shar Pei Provolone e Parmesão, dois cães
brincalhões que contavam piada e também apresentavam os desenhos animados, o
faz-tudo Gilmar, o diretor da emissora JF e seu assistente Capachão. Em 95
entraram para trupe os sonoplastas Janjão e Binho.
A maioria
dos quadros da TV Colosso eram paródias de programas populares da época como o
"Olimpíadas de Cachorro" em referência ao “Esporte Espetacular”,
"Você Escolhe" numa brincadeira com o “Você Decide”, o "Jornal
Colossal" uma imitação do “Jornal Nacional”, além da brincadeira com
novelas mexicanas na versão canina com títulos como “Pedigree” e “Os Filhos da
Cadela” além do popular seriado “As Aventuras do Super-Cão”.
Em 96, a
cachorrada recebeu mais um integrante responsável pela apresentação do talk
show da “emissora”, o Zé Carioca, o papagaio da Disney teve como entrevistados
personalidades como o atleta Robson Caetano, a apresentadora Angélica, a dupla
Sandy & Júnior e o humorista Renato Aragão. Além de receber convidados, Zé
também apresentava blocos de desenhos e respondia cartas de fãs.
Quem
acompanhava a TV Colosso não só se divertia com as trapalhadas dos simpáticos
cães como quando eles eram perturbados por pulgas intrusas, mas também podiam
assistir alguns dos mais bombados desenhos animados da época como Power
Rangers, Os Simpsons, As Aventuras de Mickey e Donald, He-Man, She-ra, As
Tartarugas Ninjas, Thundercats e Três É Demais.
O Programa
acabava por volta do meio dia, horário em que o cão responsável pela cozinha
gritava em sotaque francês o seu famoso: “Atentión, pessoall, tá na horrra de
matarr a fomê! Tá na mêss, pessoaaaaal”. Nessa hora não dava nem tempo do dog
fechar a boca, a cachorrada saia as pressas, derrubando tudo que via pela
frente em busca do rango.
O sucesso
do programa rendeu dois álbuns musicais: “TV Colosso” e “TV Colosso 2”, o
primeiro contendo a música de abertura do programa "Eu Não Largo o Osso" cantada pelas Paquitas. A marca ainda ganhou produtos licenciados
como “TV Colosso em Quadrinhos” e o jogo eletrônico “As Aventuras da TV
Colosso”.
Reveja
alguns trechos da TV Colosso com a delicada produtora Priscila, a abertura do
programa e “As aventuras do Super-Cão”.
Em 1997, a
TV Bandeirantes levou Luciano Huck às telinhas para apresentar o H, programa de
auditório voltado aos jovens e que misturava música, brincadeiras e quadros
sensuais, protagonizados por Tiazinha, personagem de Suzana Alvez que se vestia
com lingerie preta, salto alto, máscara e portava um chicote remetendo ao
sadomasoquismo. A ideia era convidar garotos do palco a participar dos castigos
da poderosa que os massacrava com depilação com cera quente enquanto os deixava
babando com performances sensuais.
Mas
Tiazinha não estava sozinha. Joana Prado, à época assistente de palco, se tornou mais tarde com a saída de Suzana a principal atração sensual feminina do programa.
Surgia a Feiticeira, sexy symbol que dizia basear-se na personagem da série americana "Jeannie é um
Gênio", por conta dos seus trajes semelhantes aos usados pela atriz no seriado.
Tiazinha e
Feiticeira foram grandes símbolos sexuais do período. O espaço no H lhes rendeu
bons ganhos financeiros, e isso propiciou a ambas lugar no topo da lista das
playboys mais vendidas da década. Depois do H, Tiazinha ainda ganhou um programa na
emissora, e assim como a Feiticeira participou da Casa dos Artistas, Reality
Show transmitido pelo SBT no começo de 2000. Hoje Suzana é atriz e professora
de academia e tenta se desvincular sem sucesso do rótulo de Tiazinha que lhe
consolidou nos anos 90. Já Joana Prado é dona do lar e esposa do lutador de MMA
Vítor Belfort, status que oculta sua identidade do passado. Ou não!
Relembre
alguns momentos das meninas do H nos anos 90.
Inspirado
no programa italiano “50 Mulheres”, em 1997 surgiu na grade da emissora de
Silvio Santos o que prometia ser um sucesso de audiência no período. Um
programa apresentado por famosas da época chamado “Fantasia”. Na primeira fase
do programa, o Fantasia contava com a apresentação da socialite e piloto de
caminhões Débora Rodrigues e Adriana Colin, modelo e jornalista. Além delas,
também estavam no comando a jornalista Valéria Balbi e Jackeline Petkovic que
mais tarde apresentaria o programa infantil Bom Dia & Cia em substituição à
Eliana.
Com
brincadeiras com participação do público por telefone o “na boca do forno”
“jogo das cartas”, “palavras cruzadas, “para a bola” e “qual é a palavra” eram
alguns dos famosos quadros em que as diversas garotas, assistentes de palco
cantavam e dançavam enquanto a brincadeira rolava e as apresentadoras
protagonizavam alguns micos memoráveis como o da dançarina Carla Peres ao perguntar
para as assistentes se no nome escondido do jogo “qual é a palavra” tinha a
letra i de “iscola” ou e de “esqueiro”.
Micos à
parte, o Fantasia mostrou bom desempenho de audiência, tanto que mesmo com idas
e vindas, o programa se manteve até março de 2008 no ar, tendo seu auge
justamente à época em que Carla Peres o apresentava na segunda fase do programa
em que a dançarina recebia diversos convidados da música como grupos de samba e
axé music.
Relembre o
mico de Carla Peres e mais alguns trechos do Fantasia, um dos mais famosos
programa de entretenimento do SBT.
Conterrâneos
de Milton Nascimento e Sepultura, a banda Skank, de Belo Horizonte, calçou seus
pés no cenário musical em 1991, quando surgiu encabeçada por Samuel Rosa
(guitarra e voz) e seus companheiros Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti
(baixo) e Haroldo Ferretti (bateria). A ideia era trazer o clima do dancehall
jamaicano às terras tupiniquins, proposta que é viva até hoje.
Mas a
pegada jamaicana enraizada em ritmos como reggae e ska não eram os únicos
elementos do som dos mineiros. O Skank propunha uma mistura de ritmos que
envolvia desde o pop rock ao folk rock, passando pelo rock alternativo e indie.
Seu primeiro álbum de produção independente que carregou como título o nome da
banda foi lançado em outubro de 92.
Primeiro disco da banda, lançado em 1992.
O disco teve tiragem única de três mil
cópias e trouxe músicas como “Tanto (I Want You)” e "Cadê o Pênalti?”.
Destaque também para as faixas "indignação" e "O Homem Que Sabia
Demais". Um ano depois já com
contrato com a Sony Music a banda remixou o disco vendendo 250 mil cópias.
Disco de 1994 famoso por trazer músicas como "Pacato Cidadão" e "Jackie Tequila"
Em 94, a
banda lançou o disco Calango, nome dado a uma dança típica do norte de Minas.
Segundo o site da banda este é “o álbum em que o Skank mais se mostrou
influenciado pelo dancehall jamaicano”. É em Calango que a música “É Proibido
Fumar”, de Roberto e Erasmo foi regravada com uma nova roupagem, tendo se
tornado um dos mais populares sons da época. Além da música do Rei, o álbum
também contou com as consagradas “Jackie Tequila”, “Esmola”, “Te ver” e “Pacato
Cidadão”. O projeto
gráfico do disco desenvolvido por Jarbas Agnelli, traz à capa do vinil a
fantasia de um personagem criado pelo artista lson Lorca em comemoração à Copa
do Mundo daquele ano. Quem veste a peça no disco é o baixista da banda Lelo Zaneti.
Dois anos mais
tarde, os mineiros lançaram o álbum responsável pela maior vendagem de discos
da banda: um milhão e oitocentas mil cópias. Este foi o “O Samba Poconé” que
trouxe “É uma Partida de Futebol” como uma das faixas e foi o primeiro disco da
banda a ser lançado no exterior.
"O Samba Poconé", 1996, teve 1.800.000 cópias vendidas
Fechando o
ciclo de 90, Skank lançou Siderado, álbum mixado nos estúdios de Abbey Road,
Londres, por onde passaram os Beatles. Siderado vendeu 750 mil cópias e foi
lançado em 98 com participação de artistas como Nando Reis e Chico Amaral tendo
como principais sons “Resposta” e “Saideira”.
Confira
agora "É Proibido Fumar", que segundo o diretor do Noventa
por Hora André Marques, trata-se de uma das melhores covers da história da
música brasileira. "Esse é um dos poucos exemplos em que a cover ficou
melhor que a original", diz André.