Por André Marques
Muitos entendem que o cinema contemporâneo se divide em duas épocas:
Antes e depois de Pulp Fiction. O aclamado filme de Quentin Tarantino completa
neste mês 20 anos de seu lançamento, e o Noventa por Hora relembra esta
obra-prima.
Pulp Fiction foi dirigido de uma maneira estilizada, e narra três
histórias diferentes, mas que são linkadas através das histórias de dois
assassinos profissionais, o gângster que os chefia e sua esposa, um pugilista e
um casal de assaltantes. Tudo isso vivdo na Los Angeles da década de 90. A
grande sacada do filme é o foco em diálogos que exaltam alguns métodos de vida
muito ortodoxos, além do deboche hilariante de seus personagens. O filme traz
também uma das marcas registradas de Tarantino: Tudo é apresentado fora de uma
ordem cronológica, o que não signifca um filme confuso e sem sentido. Muito
pelo contrário!
O título tem como referência às revistas Pulp, famosas nos EUA entre os
anos 50 e 60, que têm como norte principal a violência, além de serem
conhecidas por diálogos sofisticados e muito abrangentes, além da ironia.
O ator John Travolta, protagonista de Pulp Fiction, praticamente
ressurge das cinzas nesse filme, graças a indicação de Tarantino. A partir
desse momento volta a ser solicitado em várias obras, o que o ajudou a derrubar
o estigma de dançarino dos Tempos da Brilhantina dos anos 70. Aliás, Travolta
contracena com a genial Uma Thurman em um dos momentos mais lembrados do filme,
em que os dois dançam de maneira contagiante ao som de "You Never Can
Tell" de Chuck Berry. Além de Travolta, o filme marcou a carreira da
própria Uma e do astro Samuel L. Jackson.
Para muitos críticos de cinema, Pulp Fiction é um dos maiores
injustiçados da história do Oscar. Foram sete indicações na premiação de 95, e
uma só estatueta, na categoria de Melhor Roteiro Original. Fora o Oscar, venceu
a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1994.
Sucesso absoluto de público e crítica, Pulp Fiction rapidamente se tornou
um dos filmes mais influentes de sua época. O respeitado crítico de cinema
norte-americano Gene Siskel (falecido em 1999) definiu a obra com as seguintes
palavras: "a intensidade violenta de Pulp Fiction traz à mente outros
filmes violentos divisores de águas que foram considerados clássicos em seu
tempo, e ainda são. "Psicose", de Alfred Hitchcock (1960),
"Bonnie e Clyde", de Arthur Penn (1967) e "Laranja
Mecânica", de Stanley Kubrick (1971). Cada um abalou uma já entediada
indústria do cinema e usou um mundo de enérgicos marginais para refletir o quão
monótonos os outros filmes haviam se tornado. E isso, eu creio, será a maior
honra para Pulp Fiction. Como todos os grandes filmes, ele critica outros
filmes."
Relembre cenas marcantes dessa obra-prima, entre elas a cena de dança
supra-citada.
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